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Programas das Disciplinas de 2024.1
 

Estágio Supervisionado em Filosofia II

Manhã

 

Lis Helena Aschermann Keuchegerian

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EMENTA:

A Disciplina Estágio Supervisionado II tem como proposta a promoção do encontro discente com o cotidiano da sala de aula. Possibilitando assim aos futuros professores a compreensão das estratégias cotidianas de sala de aula no Ensino Médio e/ ou Técnico e Superior, abrindo espaço para que eles possam desenvolver propostas diversas (observação, organização de materiais, fichamentos, correção de materiais, regência de turmas...) na relação do desenvolvimento e aprendizagem da Filosofia, facilitando ao futuro docente a experiência de realizar a transposição didática dos conteúdos acadêmicos da Filosofia para a educação de forma geral. O estágio Supervisionado também deve abarcar discussões e reflexões que permeiem as deliberações da Lei 9394/1996. 

 

OBJETIVOS:

Refletir acerca da participação no cotidiano escolar. 

Reforçar o entendimento das relações e pertinência da disciplina no ensino médio e/ ou técnico e superior. 

Desenvolvimento de estratégias e metodologias de aprendizagem e reflexão na Filosofia. 

E por último, mas não menos importante, levantar e tecer reflexões acerca da Filosofia da Educação.

 

 

  

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVAREZ E PASSOS. J. e E.. Cartografar é habitar um território existencial. in: Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015.

 

Arendt, H. A crise na educação in http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/otp/hanna_arendt_crise_educacao.pdf.

 

CANDAU, V. M. (Org.). Reinventar a escola. Petrópolis: Vozes, 2000.

 

FREIRE, P. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1983.

 

JASPER. Karl. Introdução ao Pensamento Filosófico. Editora Cultrix, 2011

 

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: companhia das letras, 2019.

 

MONTEIRO, A. M., A prática de ensino e a formação inicial de professores. In PEREIRA, S. D. (coord.), Ensino e formação de professores na perspectiva das licenciaturas em ciências humanas. Rio de Janeiro: UERJ, 2002.

 

RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.  

 

ROMANELLI, O. O. História de Educação no Brasil (1930/1973). 13ºed. Petrópolis: Vozes, 1991 

 

ROLNIK, S. Antropofagia zumbi. Oca. Lisboa, Portugal, 2019

 

SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 6º Ed. São Paulo: Cortez Editora, 1985. 

 

SIMAS, L. A. RUFINO, L. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018

 

TEIXEIRA, A.. Educação no Brasil. São Paulo, Ed. Nacional/INL 1976.

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Estética I

Manhã

​

Marcela Olivei​ra

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Tema

Tragédia e Filosofia

Platão e Nietzsche 

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Programa

Este curso vai apresentar um embate que marcou a história ocidental acerca da relação entre arte e filosofia: as considerações de Platão e de Nietzsche sobre a forma artística da tragédia. A primeira, desenvolvida já na antiguidade grega, reconhecia a distinção entre poesia trágica e discurso filosófico com base nos critérios do conhecimento racional e da virtude moral, no diálogo A república. A segunda, na abertura do período contemporâneo, encontrava na tragédia uma forma mais profunda de sabedoria, ligada a uma experiência estética capaz de justificar a existência, conforme O nascimento da tragédia

O objetivo central será pensar os encontros e desencontros entre tragédia e filosofia de acordo com essas duas visões fundamentais para a área da Estética.     

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Bibliografia principal

MACHADO, Roberto. Nietzsche e a verdade. Rio de Janeiro: Graal; São Paulo: Paz e Terra, 2002. 

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

PESSANHA, José Américo Motta. “O teatro das idéias”. In: O que nos faz pensar, Cadernos do Dep. de Filosofia PUC-Rio: nº 11, abril de 1997.   

PLATÃO. “Livro VII” e “Livro X”. In: GUINSBURG, J. (Org. e Trad.). A República de Platão. São Paulo: Perspectiva, 2006. 

SÓFOCLES. “Édipo Rei”. In: A trilogia tebana. Trad. Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

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Estética I

Noite

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Fernando Maia​

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Lemos em Mil Platôs de Deleuze e Guattari: “Mas a arte jamais é um fim, é somente um instrumento para traçar as linhas de vida...”. Baseados nas concepções de Deleuze/Guattari desenvolvidas especialmente em Mil Platôs (pensamos em rizoma, ritornelo/território e geologia), vamos investigar a polêmica que rondou a criação de uma “música nacional” envolvendo personagens como Mário de Andrade, Camargo Guarnieri e Hans-Joachim Koellreutter. 

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Além de Mil Platôs, a bibliografia, a ser divulgada no curso, contemplará textos dos autores envolvidos na polêmica e autores que investigaram a estética de Deleuze/Guattari.

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Ética I

Manhã

​

Daniel do Valle Pretti

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Objetivo do curso

Investigar as relações entre a conduta humana, as paixões e a linguagem a partir de trechos de algumas obras clássicas da antiguidade grega, a saber, o Fedro de Platão, a Ética a Nicômaco e a Retórica de Aristóteles.

 

Justificativa

Como conduzir nossa própria vida? Esta certamente é uma das principais questões filosóficas desde a antiguidade. No diálogo Fedro de Platão essa questão aparece a partir de uma crítica ao discurso de Lísias sobre o amor. Lísias entende o amor como uma espécie de patologia, isto é, o amante seria aquele que, em razão das paixões que nutre pelo outro, não saberia mais conduzir sua vida tendo em vista seus próprios interesses. Algo que só poderia ser remediado por meio de um uso estritamente racional da linguagem. Assim, segundo o sofista, a melhor forma de conduzir a própria vida adviria de um aprimoramento no uso retórico da linguagem a fim de obter vantagens de toda sorte nas relações amorosas. A primeira parte da disciplina terá como objetivo analisar o segundo discurso de Sócrates, em que ele busca superar esta compressão dicotômica e empobrecida da alma humana, e dos potenciais de inteiração com o outro.

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Em sua crítica ao conteúdo do discurso de Lísias, Sócrates apresenta uma compreensão filosoficamente muito mais elaborada do que seja a alma humana, e do modo como ela pode se relacionar amorosamente com o outro. Como nos indica Platão, a alma não pode ser pensada do mesmo modo como avaliamos um objeto da nossa experiência. Falamos da alma humana como se ela fosse uma parelha alada, em que um dos cavalos que a propulsiona, por natureza, seria capaz de ouvir as indicações de seu cocheiro, sua vontade ou seu ímpeto, enquanto o outro obedeceria apenas aos impulsos não refletidos do desejo. Assim, apesar das dificuldades de se lidar com as paixões, o amor se apresenta como uma instancia privilegiada para o desenvolvimento das virtudes na alma. O cuidado para consigo mesmo e para com o outro dariam assim a marca de um amor que conduziria seus participes à felicidade.

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A segunda parte da disciplina dará continuidade ao estudo das paixões como elemento essencial para investigarmos as possibilidades de aprimoramento das condutas humanas. Contudo, não mais se centrando nas relações “de um para um”, como nos diz Platão, mas dando ênfase ao modo como as paixões correlacionam indivíduo e comunidade. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles não caracteriza a virtude moral como uma paixão, nem como uma capacidade para se sensibilizar com uma determinada situação, mas pelo modo como costumeiramente agimos em determinadas situações. A questão, contudo, pode se tornar mais complexa quando levamos em consideração que os discursos são capazes de produzir efeitos nas paixões humanas, tornando mais claro ou mais nebuloso as condições de escolha do agente. Em razão disso, investigaremos o papel das paixões na formação do carácter humano a partir da teoria da ação aristotélica, encontrada nos livros II e III da Ética a Nicômaco, em diálogo com o livro II da Retórica.

 

Bibliografia Básica

PLATÃO. Fedro. Tradução de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Ed. 34, 2016.

ARISTÓTELES. Ethica Nicomachea I 13 III 8: Tratado da Virtude Moral. Tradução, notas e comentários Marco Zingano. São Paulo: Odysseus, 2008.

___. Retórica. Tradução de Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2015. 

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Filosofia da Ciência I

Manhã

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Antônio Augusto

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Quais são os objetivos deste curso?; Qual o sentido deste curso?; O que os alunos podem esperar deste curso?; De que ciência estamos falando num curso como este?; E os outros tipos de ciências: encaixam-se no escopo deste curso?; A ciência no mundo de hoje: negacionismo; É importante defender a ciência?; Se for importante defender a ciência, por que motivos?; Com que argumentos?

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O problema das duas culturas: Ciência como cultura: por que este tema é importante?; Os temas ligados ao temas das duas culturas: especialização, profissionalização, ethos, interdisciplinaridade, educação; Qual a relação entre o problema da divisão entre as duas culturas e questão da legitimação da ciência: quem pode falar sobre a ciência? E em seu nome?

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A guerra das ciências: o que causou este evento?; Contra quem e contra o que se posicionaram Sokal e Bricmont?; Quais foram os seus desdobramentos?; Qual a relação entre processos de evolução da ciência e critérios de avaliação da sua natureza como empreendimento racional?: fatores internos x fatores externos.

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O problema da demarcação: Contexto da Descoberta X Contexto da Justificação; Por que seria importante preservar um espaço externo à ciência para avaliar a prática da ciência e os seus resultados?; Positivismo Lógico e Karl Popper.

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As relações entre história e filosofia da ciência: Thomas Kuhn, Imre Lakatos e Paul Feyerabend – Uma história da filosofia da ciência na segunda metade do século XX.

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Perspectivas não ortodoxas em filosofia da ciência: os Science Studies, hermenêutica das ciências naturais

O Realismo: as relações entre ciência e metafísica

Construtivismo Social e relativismo

A Epistemologia Histórica

A Objetividade científica

A questão da unidade da ciência

O Ethos Científico 

 

Filosofia da Ciência I

Noite

​

Rogério Soares da Costa

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O objetivo do curso é fornecer ao aluno uma visão panorâmica das discussões filosóficas acerca da ciência no século XX. Para tanto, serão abordados os mais importantes pensadores dessa área e discutidas suas teses sobre a natureza da pesquisa científica, sua diferença com relação aos demais saberes, sua adequação às normas racionais e lógico-formais, seus pressupostos metafísicos e suas ontologias subjacentes.

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Cronograma

1. Delineamento histórico-filosófico do conceito de ciência;

2. Pierre Duhem e o realismo estrutural não-explicativo;

3. Karl Popper e o critério de demarcação da ciência;

4. Thomas Kuhn e a estrutura das revoluções científicas;

5. Paul Feyerabend e o anarquismo epistemológico;

6. Nancy Cartwright e as leis naturais;

7. Debate realismo científico x antirrealismo científico.

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Bibliografia sugerida:

CHALMERS, A.F. O Que é Ciência, Afinal? Ed.Brasiliense

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Método de ensino:  aulas expositivas e textos complementares fornecidos pelo professor.

 

Avaliação: presença em sala com chamada e prova escrita sem consulta.

Filosofia da História I

Manhã

​

Marco Casanova​

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A história do pensamento moderno e contemporâneo se confunde com a intensificação cada vez mais radical da experiência histórica. Se uma longa tradição pensou a essência do conhecimento como marcada pela dimensão irrelacional, por aquilo que Platão chamou pela primeira vez de autó kath’autó, o mundo moderno e contemporâneo se viu confrontado com a necessidade de considerar o caráter inapagável das relações em sua determinação eminentemente regional e histórica. O que pretendo apresentar no presente curso são três momentos fundamentais do processo acima descrita: Hegel, Dilthey e Heidegger. A partir da leitura de três textos curtos desses autores, nós teremos a oportunidade de acompanhar em que medida a história se tornou um tema central da filosofia. Os textos, por sua vez, são: 1) Introdução à Fenomenologia do espírito (Hegel); 2) Introdução a A construção do mundo histórico nas ciências humanas (Dilthey); e 3) Interpretação fenomenológicas de Aristóteles: Indicação da situação hermenêutica (Heidegger). Os três textos estarão disponíveis em minha pasta no início das aulas. 

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Bibliografia básica: 

Wilhelm Dilthey, A construção do mundo histórico nas ciências humanas. Tradução de Marco Casanova. São Paulo: UNESP, 2012.

G. W. F. Hegel, Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Ed. Vozes, 1998.

Martin Heidegger, Interpretações fenomenológicas de Aristóteles: Indicação da situação hermenêutica. Tradução de Marco Casanova. Rio de Janeiro: Ed. Via Verita, 2024.

Filosofia da História III

Noite

​

Danilo Leite​

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OBJETIVO: 

Apresentar teses relevantes para a história das ciências e para as práticas científicas contemporâneas, a partir da obra “A Estrutura das Revoluções Científicas”, de Thomas Kuhn. 

 

PROGRAMA:

Serão analisadas noções fundamentais da obra de Kuhn, tais como “ciência normal”, “paradigma”, “incomensurabilidade”. Deverão ser consideradas também as objeções que sustentam que as teses de Kuhn seriam “relativistas”, assim como as possíveis respostas a esses questionamentos. 

 

BIBLIOGRAFIA: 

CHALMERS, A. F. O que é ciência, afinal? Brasília: Editora Brasiliense, 1993. 

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1998. 

________________. A Tensão Essencial. São Paulo: Unesp, 2011.

Filosofia da Linguagem II

Noite

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Paulo Gi​l

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Ementa:

Com base na obra “A caminho da linguagem” de Martin Heidegger, analisaremos o modo como a pergunta pela linguagem requer uma meditação sobre pensamento e acontecimento, que impõe uma contraposição com relação a abordagens instrumentalistas. Resulta disso que a ideia mesma de uma filosofia da linguagem desencaminharia a linguagem de sua articulação originária com o ser. 

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Referências bibliográficas:  

Heidegger, Martin. A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2006.

________. Sobre a essência da linguagem: A respeito do tratado de Herder “Sobre a origem da linguagem”. Petrópolis: Vozes, 2015.  

 

Metodologia: 

Aulas expositivas.

 

Avaliação:

Provas escritas em sala de aula.

 

*O comparecimento regular às aulas é condição de aprovação no curso e ele será controlado por meio de chamada.

Filosofia da Natureza I

Noite

​

Marcos Rosa

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O tema central do curso é a natureza da mente. Ao longo do curso serão examinados os seguintes temas centrais: o problema mente/corpo, a distinção entre as concepções materialistas ou fisicalistas e as concepções dualistas, a natureza da consciência, a natureza da autoconsciência, o problema da identidade pessoal, a natureza da percepção e a distinção entre mentes racionais e mentes não-racionais. 

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Bibliografia Principal: 

Chalmers, David J. “O enigma da experiência consciente”. Filosofia: textos fundamentais. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Descartes, René. Meditações Metafísicas. (Segunda Meditação e Sexta Meditação) 

John McDowell. Mente e Mundo. São Paulo: Ideias e Letras, 2005.  

Nagel, T. “Como é ser um morcego”. Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 15, n. 1, p. 245- 262, jan.-jun. 2005. 

Williams, Bernard. “O eu e o futuro”. Filosofia: textos fundamentais. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II

Manhã

​

Ricardo Barbosa​

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Programa

Arte, beleza e imitação. Leitura e comentário do Íon, de Platão.

 

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Bibliografia

PLATÃO. Ião. In: Diálogos. Volumes I e II. Apologia de Sócrates, Critão, Menão, Hípias Maior e outros. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1980, p. 222-239.

_____. Íon. Trad. Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

_____. Íon. Introdução, tradução e notas de Victor Jabouille. Lisboa: Inquérito, 1988.

_____. Íon (Sobre a inspiração poética). Hípias Menor (Sobre a mentira). Introdução, tradução do grego e notas de André Malta. Porto Alegre: L&PM, 2007.

Filosofia Social e Política I

Manhã

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Daniel de Vasconcelos Costa

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Objetivo Geral:

Introdução à filosofia política abordando autores clássicos da antiguidade e modernidade.

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Objetivos específicos:

  1. Introdução às questões da filosofia política;

  2. Leitura de partes do A República de Platão;

  3. Leitura de partes do A Política de Aristóteles;

  4. Leitura de partes do Leviatã de Thomas Hobbes;

  5. Leitura de partes do Segundo Tratado Sobre o Governo de John Locke.

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Avaliação:

1ª Avaliação: Presença em sala de aula. A nota se dará de acordo com o percentual de presença em sala de aula dividido por 10. Exceções serão permitidas de acordo com a demonstração de necessidades particulares.

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Ex.: 100% de presença = 10; 93% = 9,3; 71% = 7,1; 36% = 3,6. 

2ª Avaliação: Realização de duas provas dissertativas, em sala de aula, em um dia pré-estabelecido, que consistirão em uma ou mais perguntas dadas no dia da prova. Será permitido consulta dos textos básicos na hora da prova. A maior nota dentre essas provas será a escolhida como a nota da 2ª avaliação.

 

Obs.: Não serão permitidos a consulta dos textos em mídia eletrônica. 

 

 

Critérios da avaliação:

  1. Adequação: o texto deve efetivamente corresponder ao tema do trabalho, com uso dos conceitos corretos, e abordados em sala de aula e nos textos da disciplina. [4 pontos]

  2. Clareza: a linguagem deve ser compreensiva, sem o uso de terminologia confusa ou desnecessária. [2 pontos]

  3. Coesão: as frases e parágrafos devem ser estruturados de forma a construírem um texto harmonioso. [2 pontos]

  4. Entendimento próprio: o texto deve exibir o que o autor compreendeu do texto, sem o uso de citações diretas para descrever conceitos e paráfrases ou cópias do texto sem qualquer indicação. Estes dois últimos casos configuram em plágio, o que pode configurar invalidação do trabalho. [1 ponto]

 

Bibliografia: 

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

HOBBES, T. Leviatã: ou matéria, palavra e poder de um governo eclesiástico e civil. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

LOCKE, J. Segundo Tratado Sobre o Governo e Outros Escritos: ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Petrópolis: Editora Vozes, 1994.

PLATÃO. A República. 15ª Edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017.

Filosofia Social e Política IV

Noite

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Izabela Bocayuva​

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Ementa: Investigar os motivos e efeitos (pernósticos) da compreensão naturalizada de que a desigualdade seria uma perspectiva historicamente desenvolvida da e na vida social e política dos povos em geral, enquanto a perspectiva igualitária da vida em sociedade seria uma etapa a ser necessariamente ultrapassada.

 

Bibliografia inicial:

Clastres. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cossac & Naify, 2003.

Eliade, Mircea. História das crenças e das ideias religiosas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 5 Tomos

Graeber & Wengrow. O despertar de tudo. São Paulo: companhia das letras, 2022.

Hobbes. Leviatã. Petrópolis: Vozes, 2020. 

Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

La Boétie. Discurso da servidão voluntária. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1987.

Rodney, Walter. Como a Europa subdesenvolveu a África. São Paulo: Boitempo, 2022.

Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Said. Orientalismo. São Paulo: Compahia das Letras, 2007.

Weber, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: companhia das Letras, 2004.

Filosofia Social e Política I

Noite

​

Paulo Gil

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Ementa:

Neste curso procuraremos apresentar a formação de alguns dos conceitos centrais da teoria política e social, sempre à luz do processo histórico e das questões que se colocam à atualidade. Dessa forma, primeiramente, trataremos de analisar e justificar a consolidação de um domínio conceitual específico, com base no horizonte de problemas que se abre a partir da Modernidade. E, em seguida, procuraremos traçar um panorama de algumas tendências teóricas contemporâneas da filosofia política e social. 

 

Referências bibliográficas:

Obs.: A bibliografia abaixo é um referencial básico da temática do curso, mas os trechos específicos das obras, assim como eventuais acréscimos e alterações, serão analisados pelo professor ao longo do semestre. 

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Lukács, György. História e consciência de classe. São Paulo: Martins Fontes, 2018.

Bloch, Ernst. O princípio esperança. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005. 

Bourdieu, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

Bobbio, Norberto. Teoria Geral da Política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

Foucault, Michel. Microfísica do Poder. São Paulo: Graal, 2008.

Rawls, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 

Dworkin, Ronald. Uma questão de princípio. São Paulo: Martins Fontes, 2019. 

Strauss, Leo. Uma introdução à filosofia política: dez ensaios. São Paulo: É realizações, 2016.

Voegelin, Eric. A nova ciência da política. Brasília: Ed. UnB, 1982.

Weffort, Francisco. Os clássicos da política (1º volume). São Paulo: Áttica, 2001. 

Kant, Immanuel. Ideia de uma história universal com um propósito cosmopolita. Lusosofia (www.lusosofia.net). 

Hegel, G. W. F. Princípios da Filosofia do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

Marx, Karl e Engels, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007. 

Heidegger, Martin. Carta sobre o humanismo. In: Marcas do Caminho. Petrópolis: Vozes, 2008. 

Platão. A República

Aristóteles. A política

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Metodologia: 

Aulas expositivas. 

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Avaliação:

Provas escritas em sala de aula.

*O comparecimento regular às aulas é condição de aprovação no curso e ele será controlado por meio de chamada.

Historia da Filosofia Antiga I

Manhã

​

Felipe Gall​

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Programa do curso: O propósito do curso será o de apresentar um panorama geral dos primórdios da história da filosofia na Antiguidade, focando nos seguintes pontos: (1) a questão/o problema do surgimento da filosofia; (2) a relação entre o pensamento mítico e o filosófico; (3) as investigações acerca da natureza levadas a cabo pelos primeiros pensadores; (4) o movimento sofístico e a centralidade da figura de Sócrates; e (5) o pensamento de Platão.

 

 

Bibliografia básica:

BRANDÃO, Jacyntho. Sabedorias pré-platônicas e o ethos do filósofo. VirtuaJus, vol. 4, nº. 6 (2019), pp. 35-53.

CASSIN, Barbara. Se Parmênides: O tratado anônimo De Melisso Xenophane Gorgia. Trad. Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

DETIENNE, Marcel. Mestres da verdade na Grécia arcaica. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

GÓRGIAS. Elogio de Helena. Trad. Daniela Paulinelli. 2009. Disponível em: <http://anagnosisufmg.blogspot.com/>.

HADOT, Pierre. O que é filosofia antiga? Trad. Dion Davi Macedo. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2004.

HESÍODO. Teogonia. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2007.

HOMERO. Ilíada & Odisseia. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Companhia, 2013.

JAEGER, Werner. Paideia: A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

PLATÃO. Apologia de Sócrates, Êutifron e Críton. Trad. André Malta. Porto Alegre: L&PM, 2011.

Pré-Socráticos, Os. (Coleção “Os Pensadores”). São Paulo: Abril Cultural, 1973.

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 2002.

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Historia da Filosofia Antiga I

Noite​

​

Izabela Bocayuva​

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Ementa: Problematização da Filosofia na Antiguidade, questionando a exclusividade grega dessa forma de pensamento. Estudo da filosofia grega pré-socrática: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Heráclito, Xenófanes, Parmênides, Empédocles, Anaxágoras, Leucipo, (Demócrito).  

 

Bibliografia inicial

Berti, Enrico. No princípio era a maravilha. As grandes questões da filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 2010.

Bornheim, Gerd. Os Filósofos Pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, s/d.

Burnet. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: contraponto, 2006.

Cassertano, Giovanni. O prazer, a morte e o amor nas doutrinas pré-socráticas. São Paulo: Annablume, 2012.

Cordeiro, Néstor. Sendo, se é. São Paulo: Odysseus, 2013.

Cornford. Principium Sapientiae. As origens do pensamento filosófico grego. Lisboa. Calouste Gulbenkian, 1981.

Costa, Alexandre. Heráclito – Fragmentos contextualizados. São Paulo: Difel, 2002.

Diógenes Laércio. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Brasília: UnB, 2008. 

Kahn, Charles. A arte e o pensamento de Heráclito. São Paulo: Paulus, 2009.

___________. Pitágoras e os pitagóricos. São Paulo: Loyola, 2007.

Kirk & Raven. Os Pré-socraticos. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1982.

Laks, André. Introdução à Filosofia pré-socrática. São Paulo: Paulus, 2013.

Nietzsche. A Filosofia na Idade trágica dos gregos. Lisboa: Edições 70, 2002.

Os Pensadores Originários. Anaximandro, Parmênides e Heráclito. Petrópolis: Vozes, 2005.

Os Pré-socráticos. Coleção Pensadores. São Paulo: Abril cultural, 1978.

Popper, Karl. O mundo de Parmênides. São Paulo: UNESP, 2014.

Rossetti, Livio. Introdução à filosofia antiga. São Paulo: Paulus, 2006.

Vernant. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 2003.

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Historia da Filosofia Contemporânea I

Manhã

​

Marcela Oliveira​

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Tema

O contemporâneo: Nietzsche, Benjamin e Arendt

 

Programa

O curso discutirá importantes temas da filosofia contemporânea pelo contato com autores fundamentais desse período histórico: Friedrich Nietzsche, Walter Benjamin e Hannah Arendt. O objetivo é destacar, em cada caso, uma maneira nova e singular de se relacionar com a tradição filosófica, tanto do ponto de vista do conteúdo pensado, quanto da forma de escrita ensaística desenvolvida no encontro com cada objeto de investigação. 

 

  1. Friedrich Nietzsche: as metáforas na crítica à metafísica.

  2. Walter Benjamin: a vivência contemporânea do choque. 

  3. Hannah Arendt: a radical ruptura da tradição.

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Bibliografia principal

Módulo 1:

NIETZSCHE, Friedrich. “Introdução teorética sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral”. In: O livro do filósofo. São Paulo: Centauro, 2004.

FERRAZ, Maria Cristina Franco. “Da valorização estratégica da metáfora em Nietzsche”. In: Nove variações sobre temas nietzschianos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

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Módulo 2:

BENJAMIN, Walter. “Sobre alguns temas em Baudelaire”. In: Obras escolhidas volume III: Charles Baudelaire um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989.

BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2009. 

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Módulo 3: 

ARENDT, Hannah. “Prefácio: A quebra entre o passado e o futuro”. In: Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2009. 

__________. “Prólogo”. In: A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.

JARDIM, Eduardo. Hannah Arendt: pensadora da crise e de um novo início. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.  

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Historia da Filosofia Contemporânea III

Noite

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Daniel de Vasconcelos Costa

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Objetivo Geral:

Introduzir às questões centrais sobre a mente e às principais posições da Filosofia da Mente.

 

Objetivos específicos:

  1. Introdução à problemática da mente e suas principais questões;

  2. Apresentação à noção de intencionalidade como marca do mental em Brentano;

  3. Mente como Substância: discussão do dualismo de substância em Descartes;

  4. Mente como Comportamento: análise do behaviorismo como estratégia científica e simplificação ontológica;

  5. Mente como Cérebro: apresentação da tese da identidade psicofísica de estados mentais como tipo cerebrais;

  6. Mente como Sistema: discussão do funcionalismo como computação e estrutura causal;

  7. Eliminação da Mente: discussão do materialismo eliminativista como radicalização da tese fisicista/fisicalista;

  8. Mente como Descrição: análise do monismo anômalo e da tese da identidade de ocorrência;

  9. Mente como Emergente: discussão acerca do naturalismo biológico e da mente como estrutura emergente do corpo biológico;

  10. Discussão sobre a tese fisicista/fisicalista e sobre a tese de superveniência;

  11. Análise do problema difícil da consciência;

  12. Análise das diferentes abordagens de conteúdo mental;

  13. Introdução da noção de mente 4e (estendida, enativa, incorporada/situada, e corporificada). 

​

Avaliação:

1ª Avaliação: Presença em sala de aula. A nota se dará de acordo com o percentual de presença em sala de aula dividido por 10. Exceções serão permitidas de acordo com a demonstração de necessidades particulares.

 

Ex.: 100% de presença = 10; 93% = 9,3; 71% = 7,1; 36% = 3,6. 

 

2ª Avaliação: Realização de uma prova dissertativa que consistirá em uma ou mais perguntas a serem dadas no dia da prova, a ser realizada em sala de aula, em dia pré-estabelecido. Será permitido consulta dos textos básicos na hora da prova.

 

​

Critérios da avaliação:

  1. Adequação: o texto deve efetivamente corresponder ao tema do trabalho, com uso dos conceitos corretos, e abordados em sala de aula e nos textos da disciplina. [5 pontos]

  2. Clareza: a linguagem deve ser compreensiva, sem o uso de terminologia confusa ou desnecessária. [2 pontos]

  3. Coesão: as frases e parágrafos devem ser estruturados de forma a construírem um texto harmonioso. [2 pontos]

  4. Entendimento próprio: o texto deve exibir o que o autor compreendeu do texto, sem o uso de citações diretas para descrever conceitos e paráfrases ou cópias do texto sem qualquer indicação. Estes dois últimos casos configuram em plágio, o que pode configurar invalidação do trabalho. [1 ponto]

 

Conteúdo programático:

  • Introdução à problemática da mente e suas principais questões;

    • Leclerc, 2018, cap. 1.1-1.2

  • Intencionalidade

    • Leclerc, 2018, cap. 1.3-1.4

    • Brentano, 1874

    • Searle, 2002, cap. 01 (excerto)

    • Dennett, 1997, cap. 02

  • Dualismo de substância

    • Leclerc, 2018, cap. 2.1

    • Descartes, 1973, Meditação Sexta §§17-41

    • Ryle, 1970, cap. 01

  • Behaviorismo 

    • Leclerc, 2018, cap. 2.2

    • Ryle, 1970, cap. 

    • Putnam, 1975a 

  • Identidade psicofísica tipo-tipo

    • Leclerc, 2018, cap. 2.3

    • Smart, 1959

    • Place, 1956

    • Kripke, 1972 (excerto)

  • Funcionalismo

    • Leclerc, 2018, cap. 2.4

    • Putnam, 1975b

    • Turing, 1950

    • Searle, 1980

  • Materialismo eliminativista 

    • Leclerc, 2018, cap. 2.5

    • Churchland, 1981

    • Fodor, 1987

  • Monismo anômalo e identidade de ocorrência

    • Leclerc, 2018, cap. 2.6

    • Davidson, 1971

  • Naturalismo biológico

    • Leclerc, 2018, cap. 2.7

    • Searle, 2006, cap. 04

  • Fisicismo/fisicalismo e superveniência;

    • Leclerc, 2018, cap. 2.8

  • Consciência; 

    • Nagel, 1974

    • Jackson, 1982

  • Conteúdo mental;

    • Leclerc, 2014 

  • Mente 4e (estendida, enativa, incorporada/situada, e corporificada).

    • Alonso e Ramos, 2022 

 

Obs.: O programa pode sofrer modificações ao longo do curso caso necessário.

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​

Bibliografia: 

ALONSO, B. G.; RAMOS, R. O. A marca do cognitivo e cognição 4E. In: Princípios: Revista de Filosofia, v. 29, n. 58, 2022, p. 24-48.  

BRENTANO, F. Intencionalidade. Tradução Livre, 1874.

CHURCHLAND, P. M. O materialismo eliminativo e as atitudes proposicionais. In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011 [1981], p. 283-307.

DAVIDSON, D. A mente material. In: TEIXEIRA, J. F. Cérebros, Máquinas e Consciência. São Carlos: EDUFSCar, 1996 [1971], p. 95-118.

DENNETT, D. Tipos de Mente: rumo à uma compreensão da consciência. Rio de Janeiro, 1997.

DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. 

FODOR, J. A persistência das atitudes. In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011 [1987], p. 308-341.

JACKSON, F. Qualia epifenoménicos. In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011 [1982], p. 204-217.

KRIPKE, S. Nomeação e necessidade (excerto) In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011 [1972], p. 218-227.

LECLERC, A. Uma Introdução à Filosofia da Mente. Curitiba: Appris, 2018.

___________. Externismo e Conteúdo Mental. In: BRANQUINHO, J; SANTOS, R. (orgs.). Compêndio em Linha de Problemas de Filosofia Analítica. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2014.

NAGEL, T. Como é ser um morcego? In: Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 3, v. 15, n. 1, 2005 [1974], p. 245-262.

PLACE, U. T. Será a consciência um processo cerebral? In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011 [1956], p. 38-48.

PUTNAM, H. Cérebros e comportamento. In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011a [1975a], p. 19-37.

___________. A natureza dos estados mentais. In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; AMEN, M.; DIAS, M. C. (orgs.). Filosofia da Mente: uma antologia. Porto, 2011b [1975b], p. 49-62.

RYLE, G. O Conceito de Espírito. Lisboa: Moraes Editores, 1970.

SEARLE, J. R. Intencionalidade. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

_________. A Redescoberta da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

_________. Mentes, cérebros e programas. In: TEIXEIRA, J. F. Cérebros, Máquinas e Consciência. São Carlos: EDUFSCar, 1996 [1980], p. 61-95.

SMART, J. J. Sensações e processos cerebrais. In: BONJOUR L.; BAKER, A. Filosofia: textos fundamentais comentados. Porto Alegre: Artmed, 2010 [1959], p. 211-216.

TURING, A. Computação e inteligência. In: TEIXEIRA, J. F. Cérebros, Máquinas e Consciência. São Carlos: EDUFSCar, 1996 [1950], p. 19-60.

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Historia da Filosofia Contemporânea IV

Noite

​

Felipe Gall​

​

​

Programa do curso: Trabalho, ócio e preguiça
 

Neste curso, investigaremos como a valorização do trabalho na sociedade capitalista dá origem a um novo pecado capital, a preguiça – cujas consequências políticas repercutem até hoje. Nesse sentido, o objetivo do curso será o de problematizar a noção de trabalho a partir de reflexões filosóficas sobre o ócio e sobre a técnica.

​

​

Bibliografia básica:

HAN, Byung-Chul. Vita contemplativa ou sobre a inatividade. Petrópolis: Vozes, 2023.

HEIDEGGER, M. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d.

LAFARGUE, Paul. O direito à preguiça. São Paulo: HUCITEC, 1999.

NOVAES, Adauto (Org.). Elogio à preguiça. São Paulo: SESC, 2012.

ORTEGA Y GASSET, José. Meditação da Técnica. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1963.

WEBER, M. A ética protestante e o ''espírito'' do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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História da Filosofia Medieval I

Manhã

​

Alexandre Marques Cabral​

​

​

Programa:

1. Origens da filosofia medieval: revelação bíblica, Deus e filosofia

1.1. A hipótese de Ratzinger: os testamentos bíblicos e a filosofia pré-socrática

1.2. O lugar de Paulo para a filosofia medieval

1.3 A disputa gnóstica

​

2. A gênese do lógos cristão

2.1. São Justino de Roma e a semente do Verbo

2.2. São Clemente de Alexandria e o Lógos Divino

2.3. As interpretações de Etienne Gilson e Pierre Hadot

 

3. Fé, razão e sabedoria beatificante em Santo Agostinho

3.1. Fé e razão beatificante

3.2. O problema da felicidade em Sobre a vida feliz

3.3. As interpretações de Lutero e Hannah Arendt

História da Filosofia Medieval I

Noite

​

Rogério Soares​ da Costa

​

​

Ementa:

O curso pretende oferecer ao aluno uma visão ampla do panorama filosófico da Idade Média desde seus primórdios na Patrística latina, nos últimos séculos do Império Romano do Ocidente, até o início da Falsafa islâmica. Para tanto, a linha-mestra que guiará a exposição aqui proposta será a problemática da recepção da sabedoria grega pelos monoteísmos, precipuamente nas questões relativas aos âmbitos e limites distintos das esferas de conhecimento racional e sobrenatural.

    

​

Programa:

  1. Delineamento histórico-filosófico da Idade Média;

  2. Antiguidade Tardia: Agostinho de Hipona (século IV-V D.C.)

  3. Dionísio Areopagita (século V-VI D.C.): neoplatonismo e a teologia apofática;

  4. Boécio e a consolação da filosofia (século VI D.C.);

  5. Scotus Eriugena (século IX) neoplatonismo no Periphyseon;

  6. O Islã e o início da Falsafa: Al Farabi, Avicena, o Kalam (séculos IX a XI D.C.)

    

​

Bibliografia sugerida:

ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa- A Filosofia entre os Árabes – uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002

GILSON, Étienne. O Espírito da Filosofia Medieval. Trad. Eduardo Brandão, São Paulo: Martins Fontes, 2006. 

______________. A Filosofia na Idade Média.  Trad. Eduardo Brandão, São Paulo: Martins Fontes, 2001.

KENNY, A. Uma Nova História da Filosofia Ocidental. Vol. II: Filosofia Medieval. Trad. Carlos Alberto Bárbaro, São Paulo: Loyola, 2008

LIBERA, A. de. A Filosofia Medieval. Trad. D. D. Machado e N. Campanário. São Paulo: Loyola, 1998

____________. A Filosofia Medieval. Trad. Lucy Magalhães, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1989

 

​

Método de ensino: Aulas expositivas e textos complementares fornecidos pelo professor.

​

Avaliação: presença em sala com chamada e prova escrita sem consulta.

História da Filosofia Moderna I

Manhã

​

Fabiano Lemos

​

​

Tema: A invenção do Sujeito e seus impasses.

​

​

Programa: O curso proporá uma introdução histórico-epistemológica à noção de sujeito na filosofia moderna. Além de uma breve reconstrução de alguns de seus antecedentes, as aulas se concentrarão na construção desse conceito no interior da filosofia kantiana, dando ênfase às suas transformações, sobretudo entre a Crítica da razão pura (1781/ 2ª ed. 1787) e a Crítica da faculdade do juízo (1790), ou, mais especificamente, entre os §§15-21 daquela primeira e a Analítica do sublime, na última. O curso também abordará os desdobramentos políticos dos conceitos de sujeito e subjetividade na passagem da filosofia moderna para a contemporânea.

​

​

Bibliografia inicial:

FOUCAULT, M., As palavras e as coisas, tradução de Salma T. Muchail, 8ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

HENRICH, D., Pensar e ser si mesmo. Preleções sobre a subjetividade, tradução de Markus Rediger e Lucas Machado, Petrópolis: Vozes, 2018.

KANT, I., Crítica da faculdade do juízo, tradução de Valério Rhoden e Antonio Marques, 2ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1995.

________, Crítica da razão pura, tradução de Fernando Costa Mattos, 4ª ed., Petrópolis: Vozes, 2012.

LIBERA, A. de, Arqueologia do Sujeito. Nascimento do Sujeito, tradução de Fátima Conceição Murad, São Paulo: Editora FAP-Unifesp, 2013.

MARTINS, C. A., “Autoconsciência pura, Identidade e Existência em Kant” In: Trans/Form/Ação, São Paulo, n. 21/22, 1998/1999.

MBEMBE, A., “O sujeito racial” In: Crítica da razão negra, tradução de Sebastião Nascimento, São Paulo: n-1, 2018.

História da Filosofia Moderna I

Noite

​

Marcos Rosa

​

​

O curso será dedicado a um exame crítico da Fundamentação da Metafisica dos Costumes, de Kant. Ao longo do curso serão discutidos de um modo particularmente detalhado os seguintes temas: a concepção kantiana de natureza racional, a conexão entre agência racional e normatividade, a natureza da autoconsciência, a possibilidade da auto-opacidade e a distinção entre a existência humana e a existência meramente animal.  

 

Bibliografia Principal: 

Descartes, René. Meditações Metafísicas. (Segunda Meditação e Sexta Meditação) 

Kant, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. (São Paulo: Discurso Editorial, 2009. Trad. Guido Antônio de Almeida) 

Korsgaard, C. “Agindo por uma razão”. Dissertatio [34] 35 – 62. 2011 

Marx, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. (São Paulo: Boitempo Editorial) 

 

Bibliografia Secundária: 

Kafka, Franz. “Um Relatório para a Academia”. In: Essencial Franz Kafka. São Paulo: Companhia das Letras, 2016

Introdução à Filosofia

Manhã

​

Felipe Gall​

​

​

Programa do curso: Da Filosofia como preparação para a morte

​

A Filosofia foi e continua sendo compreendida de muitos modos distintos em sua história, fato que impossibilita uma definição universal que seja capaz de abarcar em si todos os seus sentidos. Há, contudo, uma interpretação do que seja a Filosofia que parece vigorar desde a Antiguidade até o pensamento contemporâneo: a de que a Filosofia é uma preparação para a morte, um aprender a morrer, um exercício de finitude. Desse modo, o curso pretende apresentar esta concepção de Filosofia em variadas acepções a partir de uma seleção de pensadores que tematizaram explicitamente a relação entre o filosofar e a morte ou a finitude humana. O objetivo da disciplina será, portanto, analisar trechos de algumas das obras destes filósofos de maneira a elucidar, em várias perspectivas, o fértil conúbio entre Filosofia e morte.

​

Bibliografia básica:

EPICURO, LUCRÉCIO, CÍCERO, SÊNECA, MARCO AURÉLIO. Antologia de Textos (Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1973.

HADOT, Pierre. O que é filosofia antiga? Trad. Dion Davi Macedo. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2004.

MONTAIGNE. Ensaios (Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1973.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

PLATÃO. Apologia de Sócrates, Êutifron e Críton. Trad. André Malta. Porto Alegre: L&PM, 2011.

______. Banquete. Fédon. Sofista. Político (Os Pensadores). Trad. José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. Trad. Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2015.

Introdução à Filosofia

Noite

​

Fernando Maia​

​

​

Baseado em estudos críticos (a serem divulgados durante o curso) e em histórias da filosofia consagradas (especialmente Reale e Mondolfo), o curso trabalhará a introdução de noções referentes a diferentes alternativas metafísicas.

​

Cruzando e aprofundando essas questões, será feita a leitura do texto de Francis Wolff, Dois destinos possíveis da ontologia.

Lógica Dialética I

Manhã

​

Márcia Gonçalves

​

​

Ementa do Curso:

O objetivo central deste curso é compreender o sentido da lógica dialética de Hegel, por meio da leitura do segundo livro de sua obra Ciência da Lógica (1812-1816), publicado inicialmente em 1813 com o título A Doutrina da Essência

Os objetivos específicos do curso, são compreender:

 

1. A diferença entre ser e essência

3. A essência como reflexão 

4. A contradição dialética entre essência e aparência

5. A questão do fundamento

6. O problema da existência

7. O conceito de efetividade

8. O conceito de absoluto 

 

 

Bibliografia

 

Bibliografia Principal:

 

HEGEL, G.W.F.: A Ciência da Lógica 1. A Doutrina do Ser. Trad. Christian G. Iber, Marloren L. Miranda e Federico Orsini. Petrópolis: Vozes, 2016.

HEGEL, G.W.F.: A Ciência da Lógica 2. A Doutrina da Essência. Trad. Christian G. Iber e Federico Orsini. Petrópolis: Vozes, 2017.

HEGEL, G.W.F.: Wissenschaft der Logik II. In: Werke in 20 Bände, Band 6. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1990.

HEGEL, G.W.F.: A Ciência da Lógica (Excertos). Seleção e tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011.

HEGEL, G.W.F.: Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (1930). Vol. I: A Ciência da Lógica. Trad. Paulo Meneses. São Paulo: Edições Loyola, 1995.

HEGEL, G.W.F.: Wissenschaft der Logik. Erster Band: Die objektive Logik (1812/1813). Hrsg. von Friedrich Hogemann und Walter Jaeschke. In: Gesammelte Werke (GW), Bd. 11. Hamburg: Felix Meiner, 19781, 2019.

​

 

 

Bibliografia Secundária:

 

BOURGEOIS, Bernard: Dialética e absoluto em Hegel. In: Revista Eletrônica de Estudos Hegelianos. Revista Semestral da Sociedade Hegel Brasileira – SHB. Ano 2º - N.º 03 Dezembro de 2005 (http://www.hegelbrasil.org/rev03c.htm).

CHÂTHELET, François: Hegel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.

FERRER, Diogo Falcão: Lógica e Realidade e o Problema da Fundamentação do Sistema. Lisboa: Faculdade de Letras.

GONÇALVES, Márcia Cristina Ferreira (Org.). O pensamento puro ainda vive: 200 anos da Ciência da Lógica de Hegel. São Paulo: Barcarolla, 2013.

GONÇALVES, Márcia C. F.: O Belo e o Destino: Uma introdução à filosofia de Hegel. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

GONÇALVES, Márcia C. F.: Eticidade Trágica e Dialética Hegeliana. In: Ethica (Rio de Janeiro), v.5, n. 2, 1998 (ISSN 1413-8093), pp.94 – 113.

GONÇALVES, Márcia C. F.: A dialética entre arte e conceito na Fenomenologia do Espírito de Hegel. In: Revista Eletrônica de Estudos Hegelianos. Revista Semestral da Sociedade Hegel Brasileira – SHB (http://www.hegelbrasil.org/rev03g.htm). Ano 2º, nº 03, 2005 (ISSN 1980-8372).

GONÇALVES, Márcia C. F.: Uma concepção dialética da arte a partir da gênese do conceito de trabalho na Fenomenologia do Espírito de Hegel. In: Kriterion, Volume XLVI, Nº 112, julho a dezembro / 2005, pp. 260-272 (http:\\dx.doi.org\101590\S0100-512X2005000200010) (ISSN0100-512 X).

INWOOD, Michael: Dicionário Hegel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

JARCZYK, Gwendoline: Au confluent de la mort. L’universel e le singulier dans la philosophie de Hegel. Paris : Ellipses Édition, 2002.

JAESCHKE, Walter: Hegel Handbuch. Leben-Werk-Wirkung. Stuttgard, Weimar: J.B. Metzler, 2003.

LUFT, Eduardo: Para uma crítica interna ao sistema de Hegel. Porto Alegre: edipucrs,1995.

Lógica Dialética I

Noite

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Danilo Leite

​

Objetivo:

Apresentar e discutir algumas das teses fundamentais da dialética hegeliana com base no texto da Fenomenologia do Espírito de Hegel.

 

Programa: 

O curso contará com uma parte introdutória onde serão apresentados alguns conceitos fundamentais relativos à filosofia hegeliana. Em seguida, a partir da Fenomenologia, será feita a abordagem de algumas das principais etapas da formação do espírito, com ênfase na questão do conhecimento: 1 – certeza sensível e percepção; 2 – entendimento; 3 – a passagem da consciência de si natural à consciência de si universal. 4 – a razão sob o ponto de vista fenomenológico. 

 

BIBLIOGRAFIA:

HEGEL Friedrich. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 2014. 

HYPPOLITE, Jean. Gênese e Estrutura da Fenomenologia do Espírito de Hegel. São Paulo: Discurso Editorial, 2003.

INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997. 

KERVÉGAN, Jean-François. Hegel e o hegelianismo. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

KOJÈVE, Alexandre. Introdução à leitura de Hegel. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2007.

MENESES, Paulo. Para ler a Fenomenologia do Espírito – Roteiro. São Paulo: Edições Loyola, 1985.  

TAYLOR, Charles. Hegel: sistema, método e estrutura. São Paulo: É Realizações, 2008.

​

Seminário I

Manhã

​

Vítor Costa

​

​

O eterno retorno é uma ideia misteriosa e, com ela, Nietzsche pôs muitos filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir como foi vivido e que tal repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que significa esse mito insensato?

O mito do eterno retorno afirma, por negação, que a vida que desaparece de uma vez por todas, que não volta mais, é semelhante a uma sombra, não tem peso, está morta por antecipação, e por mais atroz, mais bela, mais esplêndida que seja, essa atrocidade, essa beleza, esse esplendor não tem o menor sentido. (…) A ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não parecem ser como nós as conhecemos: elas aparecem para nós sem a circunstância atenuante de sua fugacidade. Com efeito, essa circunstância atenuante nos impede de pronunciar qualquer veredito. Como condenar o que é efêmero? As nuvens alaranjadas do crepúsculo douram todas as coisas com o encanto da nostalgia; até mesmo a guilhotina. 

 

- Milan Kundera, A insustentável leveza do ser

 

Apresentação:

Após 25 séculos de uma filosofia caracterizada pela presença da metafísica enquanto filosofia primeira, as filosofias de Hegel e Nietzsche se constituem como culminação e consumação desse longo paradigma filosófico, depois do qual à filosofia restará a possibilidade de se desdobrar como pensamento da finitude, especialmente a partir da fenomenologia, nas obras de Heidegger e Sartre. Realizando-se como ontologias fenomenológicas e não mais como onto-teo-logias – isto é, como ontologias centradas em um fundamento infinito, absoluto, eterno, incondicionado e garantidor de razões suficientes (Deus) para que a realidade seja o que é e como é –, as filosofias de Heidegger e Sartre partem, assim, não de um princípio pleno e transcendente mas, pelo contrário, do âmbito prosaico e concreto da existência e tentam pensar a finitude da existência a partir da própria finitude da existência. Todavia, a época de tais filosofias existenciais é também frequentemente considerada a época do niilismo, da experiência da falta de sentido e de valor intrínseco ao real. Com esse panorama em mente, a presente disciplina se propõe a investigar, em princípio, as seguintes questões:

- As filosofias existenciais são uma solução para o problema do niilismo ou são, ao contrário, parte do problema?

- A filosofia pode se realizar como pensamento da finitude ou estamos condenados à metafísica e ao dualismo – e, consequentemente, ao niilismo – que nos foi legado desde os tempos de Platão?

- Se a filosofia pode se realizar como pensamento da finitude, que consequências esse pensamento que se despediu da busca por fundamento permanece filosófico ou é, antes, algo distinto da filosofia?

- É de algum modo possível assegurar que a realidade e a existência possuem sentidos e valores intrínsecos a elas próprias ou, pelo contrário, é necessário assumir que o sentido é algo da ordem dos artifícios e das invenções humanas?

 

Objetivos:

1. Reconstruir a hipótese da relação entre a (falta de) identidade entre ser e pensar e a emergência do niilismo.

2. Apresentar as filosofias de Heidegger e Sartre como respostas às questões, historicamente constituídas, acerca do asseguramento do sentido da existência e da realidade do mundo.

3. Analisar as consistências e inconsistências das ontologias fenomenológicas de Heidegger e Sartre em termos de sucesso e fracasso do asseguramento da habitabilidade do mundo.

4. Examinar interpretativamente o legado das ontologias fenomenológicas para a filosofia e para a cultura.

 

Programa:

1. A ascensão, a história e a queda do pensamento metafísico. A alocação do sentido na transcendência. O elemento platônico do niilismo. O dualismo cartesiano e o paradigma moderno da ontologia da subsistência. A ontologia como atitude.

2. A ontologia fenomenológica de Heidegger. A experiência da angústia como revelação da assignificatividade do ente. A Unheimlichkeit e a passagem da familiaridade ao estranhamento. O ser-aí como lugar e a relação entre o habitar, a familiaridade e o estranhamento. A necessidade da virada.

3. A ontologia fenomenológica de Sartre. O platonismo (e o plotinismo) em Sartre. A filosofia do como se e a virtualidade do mundo. A ética do jogo (e da brincadeira).

4. Além (e aquém) da ontologia fenomenológica.

 

Metodologia: Aula expositiva, leitura dirigida e diálogo.

 

Avaliação: Exercícios diversos de produção textual.

 

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Referências bibliográficas:

BORNHEIM, Gerd. Sartre, Metafísica e Existencialismo. 3ª edição. São Paulo – SP: Editora Perspectiva S. A., 2000.

CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. Prefácio de Manoel da Costa Pinto. Record, 2014.

COLETTE, Jacques. Existencialismo. Tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.

FELL, Joseph. Heidegger and Sartre: an essay on Being and Place. New York: Columbia University Press, 1979.

GADAMER, Hans-Georg. Hegel – Husserl – Heidegger. Tradução de Marco Antônio Casanova. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica em retrospectiva. Tradução de Marco Antônio Casanova. 2. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão. Tradução de Marco Antônio Casanova. – 2.ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. “Construir, habitar, pensar” e “...poeticamente o homem habita…”. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, Bragança Paulista: Edusf, 2001.

HEIDEGGER, Martin. Que é metafísica?. Tradução e Notas de Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores)

HEIDEGGER, Martin. Identidade e diferença. Tradução e Notas de Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores)

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad. de Fausto Castilho. Editora da Unicamp; Vozes, 2012.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback, Petrópolis, RJ: Vozes, 2005

HEIDEGGER, Martin. Ser y Tiempo. Traducción, prólogo y notas de Jorge Eduardo Rivera. Santiago de Chile: Editorial Universitaria, s/d.

HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Tradução de Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, 2000. 

HEIDEGGER, Martin. Sobre a Essência do Fundamento. Tradução e Notas de Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores)

KUNDERA, Milan. A arte do romance: (ensaio). Tradução de Teresa Bulhões C. da Fonseca – São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

LOVEJOY, Arthur. A grande cadeia do ser: estudo da história de uma ideia. Tradução de Aldo Fernando Barbieri. São Paulo: Palíndromo, 2005. 

PALMEIRO, Tito Marques. Algumas palavras sobre a investigação heideggeriana. Enunciação, v. 3, p. 151-164, 2018.

PERDIGÃO, Paulo. Existência e liberdade: uma introdução à filosofia de Sartre. – Porto Alegre: L&PM, 1995.

REIS, Róbson Ramos dos. Aspectos da modalidade: a noção de possibilidade na fenomenologia hermenêutica. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Via Vérita, 2014.

REIS, Róbson Ramos dos. Necessidade Existencial: estudos sobre a modalidade na fenomenologia hermenêutica.

ROSSATTO, Noeli. Sartre místico: existência e liberdade em A Náusea. Em: Existência e liberdade: diálogos filosóficos e pedagógicos em Jean-Paul Sartre / organizadores Diego Ecker, Ésio Francisco Salvetti; Cecília Pires… [et al.] – Passo Fundo: IFIBE, 2013.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Apresentação e notas, Arlete Elkaïm Sartre; Tradução de João Batista Kreuch. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

SARTRE, Jean-Paul. A náusea. Tradução e Rita Braga. – 12.ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 16 ed., tradução de Paulo Perdigão. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

SLOTERDIJK, Peter. O estranhamento do mundo. Trad. Ana Nolasco. Lisboa: Relógio. D'Água Editores, 2008

STEIN, Ernildo. Melancolia: ensaios sobre a finitude no pensamento ocidental. Porto Alegre: Movimento, 1976.

VOLPI, Franco, O niilismo. Trad. de Aldo Vannuchi. São Paulo: Loyola, 1999.

Teoria do Conhecimento I

Manhã

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Marcos Gleizer

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Ementa:

O curso pretende examinar um conjunto de questões epistemológicas, normativas e psicológicas que giram em torno dos processos de formação, justificação e difusão de crenças, tais como: Crenças são passíveis de controle voluntário, de modo que nós possamos ser responsabilizados por elas? Crenças podem e devem ser sempre racionalmente justificadas? Se sim, o que conta como uma razão para crer ou para não crer? A credulidade é apenas fruto de uma incapacidade reflexiva ou se trata de uma tendência natural da mente humana que pode desempenhar alguma função positiva? Estas (e outras) questões serão examinadas e discutidas nas aulas a partir da leitura de textos selecionados dos seguintes autores clássicos e contemporâneos: René Descartes, Baruch Espinosa, David Hume, W.K. Clifford, William James, Desidério Murcho. As passagens a serem lidas dos autores clássicos serão indicadas no início do curso. Quanto aos contemporâneos, a bibliografia básica se encontra em: 

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Desidério Murcho (org.) – A ética da crença; ed. Bizâncio (disponível também em e-book). Esta coletânea contém a tradução de artigos de W.K. Clifford, William James, Alvim Plantinga, bem como uma contribuição de Desidério Murcho.

Teoria do Conhecimento I

Noite

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Marcelo Araújo

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O ponto de partida da discussão será a pergunta sobre o que é o conhecimento. O exame do conceito de conhecimento nos levará à discussão sobre o conceito de verdade, de crença, de justificação, e à questão acerca da relação entre conhecimento, linguagem, e significado. O curso será oferecido em conjunto com o doutorando Leonardo Gomes de Macedo. 

 

Roteiro das discussões 

https://www.researchgate.net/publication/377384368

 

Bibliografia recomendada

DUTRA, L. H. Araújo (2010) Introdução à Epistemologia. São Paulo: UNESP. 

 

MOSER, Paul K.; MULDER, Dwayne; TROUT, J. D. (2004) A Teoria do Conhecimento: Uma Introdução Temática. São Paulo: Martins Fontes.

 

O’BRIEN, Dan. (2013) Introdução à Teoria do Conhecimento. Lisboa: Gradiva.

 

SCHWARTZ, Stephen (2017) Uma Breve História da Filosofia Analítica: De Russell a Rawls. São Paulo: Loyola.

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